o final da ficção

“Fiction is the lie through which we tell the truth.”
― Albert Camus

Para quem nega a realidade e cria a sua. Para quem nela se emerge e descobre. Para quem acha que escapa ao mundo.

O que acontece numa existência sem escapatória, e o que é que revela? Onde vamos, o que fazemos, o que queremos, quando e porquê? A ficção é tanto mentira quanto verdade, e o seu fim, oprime tanto quanto revela.

“Imagination and fiction make up more than three quarters of our real life.”
‍― Simone Weil

O melhor para mim é o melhor para todos, e o melhor para todos é o melhor para mim. Ninguém carrega o peso do mundo sozinho, por isso ninguém faz as suas escolhas por si, mas pensando bem, o que há para escolher?

Todos os dias a mesma rotina, imposta por ninguém em concreto, apenas por mim e por todos.

“Romance has been elegantly defined as the offspring of fiction and love.”
‍― Benjamin Disraeli

O amor não vive sozinho. Alimenta-se do romance, da idealização e das fantasias à sua volta. Sem fantasias, sem romance, sem amor.

Família é uma questão de sorte. Não escolhemos onde nascemos ou quem nos dá vida e nos educa, mas e se escolhessem por nós?

"One can be absolutely truthful and sincere even though admittedly the most outrageous liar. Fiction and invention are of the very fabric of life."
― Henry Miller

A verdade é que a ordem, a lógica e a razão não nos são naturais. Não à escala em que substituem a curiosidade e imaginação. Será de todo lógico desconsiderá-las em prol de um mecanismo forçado? Será possível? Quão longe de estagnar está este sistema? Certamente o fará, resta saber quando.